Um conto lindamente baseado em fatos reais.
Conheci
Clara em maio de 2014.Foi num desses meus textões do facebook que caiu de
alguma forma na timeline dela. Ela, então, me adicionou. Confidenciou-me depois
que arriscou, porque achou que eu fosse uma dessas celebridades de internet.
Bom, não sou. Vendo os amigos que temos em comum, não hesitei em aceitar.
Não sei
dizer quando exatamente tivemos a primeira conversa, mas deu a liga. Temos
histórias de vida completamente diferentes, mas ideias muito parecidas, gostei
dela desde o começo e fiquei realmente feliz que ela tenha me descoberto. Não,
não estou dizendo isso pelo que ela fez por mim, já havia dito isso
publicamente certa vez, muito antes da minha cobiça de colecionadora
envolve-la.
Sou
apaixonada por Coca-Cola desde a infância. Mesmo durante os 4 meses que
precisei ficar sem beber por causa de uma cirurgia da garganta, minha paixão
pela marca não diminuiu. Sempre participei das promoções da marca e fui
juntando alguns itens ao longo dos anos. Quando fui morar sozinha, entretanto,
meu amor virou um vício assumido.
No meu
apartamento, juntei todos os itens que colecionei sem me assumir colecionadora e
comecei a buscar mais e mais. Encontrei lojas que vendiam diversos produtos da
marca e passei a compra-los com frequência, juntando, nesse tempo, uma coleção
respeitável.
Porém,
nos tempos de bom salário, não me passou pela cabeça que a Coca-Cola tem milhões
de itens mundo afora e que eu cobiçaria loucamente cada um deles. Quando
comecei a frequentar grupos de colecionadores no facebook (já pobre e
impossibilitada de grandes aquisições), percebi que a importação de itens específicos
de outros países é comum.
Foi
nesses que num sábado encontrei uma edição limitada, especialíssima, de
aniversário dos 100 anos da garrafa da Coca-Cola. Coisa bem linda, prata,
brilhosa – praticamente um espelho – 2500 itens apenas. Enlouqueci. Decidi que
eu precisava daquela pequena joia na minha humilde coleção. O item mais
valioso. O pequeno testouro.
E onde
entra a Clara nisso tudo? Simples, como toda boa estagiária, eu obviamente não
tenho cartão internacional, e a Clara mora nos EUA com o Robert, seu marido.
Com a diferença de fuso, ela estava dormindo quando deixei recado no face. Eu
tava tão ansiosa pra falar com ela sobre a garrafinha LINDA que a menina sonhou
com Coca-Cola!
Quando
ela viu meu recado, topou na hora me ajudar na missão “tesouro da Coca-Cola” e
ainda envolveu o marido, que passou o cartão. Mandei um agradecimento especial
ao rapaz, afinal, ele não me conhece e comprou a garrafa pra mim. Clara me
manteve informada de cada etapa e me mandou uma foto da joinha quando chegou
pra ela. Logo depois, ela mandou pra mim.
Mas
como pra mim tudo é drama, pra poder ressarcir Clara, eu precisava ter conta
num desses sites de pagamento online, e eu não tinha. Solução? Trocas de sms
com meu melhor amigo, Anísio, no meio da tarde com ele tendo mais o que fazer.
Quebrou meu galho no mesmo dia e ficou tudo certo.
Hoje,
no meio do dia, meu pai me ligou, tinha chegado uma caixa, diretamente dos EUA,
“de uma tal de Clara”. Faltavam 7h pra eu voltar pra casa por causa da aula da
noite, e foram longas... bem longas.
A
garrafa é inacreditavelmente linda. É a de número 1218 das 2500, meu primeiro
item raro, de edição limitada, e único por um bom tempo. Meu primeiro item
numerado, e eu precisei envolver três pessoas para que a garrafinha pudesse
estar, hoje, ao alcance dos meus olhos.
Um
abração especial pro Anísio, pro Robert e pra minha linda Clara, que tornaram
possível a realização de um sonho. Jamais conseguirei agradecer o bastante!